Curso da Vida – Prepare-se para viver melhor

Lijiang – o Shangri-La é aqui

 

John Fock foi um botânico americano que, fazendo pesquisas para o seu governo, passou de 1922 a 1949, na China, especialmente no Sudoeste agrícola da região de Lijiang. Durante estes 27 anos, escreveu muitos artigos para a National Geographic exaltando a beleza da região, suas montanhas nevadas, seus glaciares, a fertilidade de seus vales profundos, seus povos de etnias minoritárias, costumes, alimentação, religião, hábitos, doçura e delicadeza.

Encantado com a região, acabou encantando outros…

James Hilton, um famoso escritor inglês, fez, à partir destes artigos, um bem sucedido romance, depois transformado em filme, chamado Horizonte Perdido. Quem tem mais de 50 viu, leu e se emocionou…

No livro, ambientado na II Grande Guerra, um avião inglês cai numa floresta asiática. Após incontáveis e duras aventuras, os sobreviventes chegam a uma pequena cidade, bela e antiga e, de tão encantadora, dão-lhe o nome de Shangri-La, que em chinês quer dizer, céu na terra.

Pois Shangri-La é aqui!

Exatamente neste encanto de cidade, que tem mais de 2.100 anos e 1,2 milhões de habitantes (pequena para os padrões chineses) chamada Lijiang. Na Old Town vivem 300 mil e ela tem um quê de Tiradentes e Olinda, com sotaque chinês, podem imaginar? Declarada Patrimônio da Humanidade pela Unesco, a região é circundada por montanhas nevadas que lhe fornecem proteção natural e é a única cidade antiga que não foi murada, nem invadida. Este paraíso está localizado no estado de Yunam, a província com maior diversidade étnica da China. São 21 etnias diferentes, o que lhe dá colorido único no artesanato, nas expressões dos rostos de seu povo, nas vestimentas, na gastronomia! Situada a 2.400 metros de altitude, tem clima de montanha em todas as estações, bem marcadas, e muito frio no inverno. 

Reserve um dia para se perder na Old Town. Caminhar por ali é sua única opção, já que carros são proibidos. E perder-se não é força de expressão! Como não existem quadras, cada nova esquina te leva a um lugar diferente! O lay out da cidade foi feito atendendo aos preceitos do Feng Chui. Portanto, sem estresse, perca-se mesmo neste emaranhado, aprecie cada cantinho e cada pessoa, ande até cansar, porque aqui a gente é obrigado a ser feliz!
Cortada por minúsculos riachos, suas casinhas de madeira nos presenteiam incríveis entalhes nos telhados que não lhes escondem a idade, velhas que são, cansadas e tortas, como a própria China. As telhas, feitas à mão, exibem o selo da dinastia da época, cunhada na argila. São centenas de pequenos e belos prédios de madeira, empenados e escorados no vizinho: negócio no térreo, moradia no andar de cima. Um labirinto de ruas que vão descortinando um templo aqui, um restaurante ali, uma casa de massagens, uma lojinha, uma casa de chá, um açougue local, uma loja de doces, e outra que vende desejos e boa sorte! Parece cenografia…

Na praça principal, Sifangjie, grupos folclóricos se apresentam diariamente, pelo prazer de se entreterem. 

Reserve umas duas horas para o MU Palace, local onde viviam e despachavam os membros da família MU, que governaram a cidade por 500 anos!!!

Não deixe de assistir à apresentação da Naxi Orquestra, com orgulhosos músicos de até 90 anos, que se apresentam no Naxi C Naxi Concert Hall oncert Hall, diariamente, às 20h.

Visite o Instituto de Bordados Baisha Naxi, na vila de mesmo nome, a 12 km de Lijiang. Como esta região fazia parte da Rota da Seda, seus laboriosos artesãos a bordavam tanto para as dinastias chinesas, quanto para os mercadores que seguiam viagem. O instituto tem o propósito de preservar e promover este artesanato tão antigo e tão típico do lugar.

Aventure-se até o topo da Yulong Snow Mountain, a 25 km da cidade e 4.506 metros de altitude! Ela é a montanha nevada mais perto do equador do hemisfério norte. Decantada em verso e prosa por escritores chineses, vai mudando de cor conforme a movimentação do sol: de um pálido off white para um rosa, depois laranja, terminando em prata. Por muito tempo sua exploração foi apenas um sonho. A chegada do turismo trouxe também um moderno sistema de cables cars, que sobem mil metros em 15 minutos. Baldeações a cada mil metros permitem a sensação de “andar nas nuvens”, com a ajuda de garrafinhas de oxigênio, a caminho do mirante. A despeito de toda a modernidade, os banheiros são os tradicionais buracos no chão, bem feitos e bem acabados, embora estranho para nós, ocidentais. Tocar um glaciar com as próprias mãos e experimentar todas as estações do ano em um único dia costumam ser experiências únicas para o viajante.

Do mirante você tem uma das mais bonitas visões de toda a China: picos eternamente nevados, mesclados a verdes vales, belezas naturais sem paralelo, horizonte rural ordenado com régua e compasso. Lindo de viver.

Assim é Lijiang.

Uma cidade que até a abertura de seu aeroporto, em 1999, não tinha qualquer contato com o turismo, distante de tudo, preservada em sua primitiva simplicidade. Que apenas 15 anos depois conta com sete hotéis 5 estrelas, mais do que o Rio de Janeiro! Que recebeu 5 milhões de turistas em 2010 e 10 milhões em 2011!!!! Destes, apenas 500 mil eram estrangeiros e 9,5 milhões eram chineses!!!!! O Brasil recebe 6 milhões de visitantes estrangeiros por ano! Uma cidade tortuosa e inquieta, como a velha China.
Vibrante e colorida, como a jovem China.
Lotada e confusa como a China dos estrangeiros. Familiar e alegre como a China dos chineses.
Uma cidade que aprendeu com sua imensa diversidade étnica a tirar partido do diferente e, hoje, ensina a lição da convergência de folclores, tradições, gostos, cores, cheiros e sonhos.
O paraíso deve ser assim. E Shangri-La sabe disto.

Dicas do Viajante
Hotel – lembre-se você está no interior do interior da China. Não arrisque. Um hotel 5 estrelas é a sua garantia de conforto.
– Crowne Plaza Lijiang Ancient Town
– Hotel Indigo Lijiang Ancient Town
– Lijiang Spiritual Utopia Hotel
– Pulman Lijiang Resort &Spa – cadeia francesa
– Banyan Tree Lijiang Resort- cadeia indonésia

Restaurantes – nos hotéis acima tem bons restaurantes. Normalmente um com gastronomia chinesa e, outro, ocidental. No Crown Plaza tem uma versão chinesa de uma churrascaria brasileira, A Chama.
Fora dos hotéis, na Old Town:
Maya Café – 33,Yu He Zou Lang, comida chinesa bem feita a preços honestos.
Prague Café – 80 Mishi Xiang, em Xinyi Jie – se você quer dar uma pausa da comida chinesa, aqui você encontra um cardápio variado e saboroso de cozinha ocidental.

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