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Site mapeia boas experiências para a saúde de idosos

O site Saúde da pessoa idosa: boas práticas, lançado em abril, apresenta o “Mapeamento de Experiências Municipais e Estaduais no Campo do Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa”. Trata-se de uma iniciativa da Coordenação de Saúde da Pessoa Idosa (Cosapi/Dapes/SAS) do Ministério da Saúde, em parceria com o Laboratório de Informação em Saúde (LIS/Icict/Fiocruz).

O objetivo é dar visibilidade às boas práticas de municípios e estados no campo da saúde da pessoa idosa. Com isso, espera-se incentivar os gestores a fomentarem estratégias e ações que contribuam para qualificar o cuidado à pessoa idosa no Sistema Único de Saúde (SUS).
O site agrega 24 experiências realizadas nos últimos anos em todo o país que demonstram como serviços de saúde e outras iniciativas de cuidado ou atenção à população idosa vêm obtendo bons resultados. Entre 2013 e 2014, 177 projetos se inscreveram no mapeamento. Grande parte deles envolve práticas de promoção da saúde, estabelecimento de novos arranjos institucionais e novas perspectivas sobre o envelhecimento.

“Essa experiência possibilita conhecer que resposta os gestores e profissionais que estão nas pontas já vêm dando há muito tempo e, às vezes, não são conhecidas nem mesmo pelos municípios vizinhos, que podem passar pelas mesmas questões e demandas. Essa possibilidade de conhecer, divulgar e fomentar essa troca de experiência tem feito muita diferença na qualificação do cuidado à população idosa que a gente oferta no Brasil como um todo”, afirmou Cristina Hoffman, do Ministério da Saúde, durante seminário realizado no lançamento do site.

“O mapeamento é um trabalho que tem a ver diretamente com o posicionamento da Fiocruz voltado ao acesso livre e à prestação de contas à sociedade, que fortalecem o controle social e a melhoria da gestão em saúde”, comentou Dalia Romero, coordenadora geral do projeto. O desenvolvimento da plataforma objetivou um design amigável e facilidade de navegação. “A idéia foi dar uma forma gráfica para a pesquisa e facilitar sua divulgação. É possível também compartilhar direto para as redes sociais”, explicou o desenvolvedor Pedro Teixeira, do Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde (CTIC/Icict).

Acompanhamento e mediação de conflitos
As experiências apresentadas incluem grande diversidade de demandas sociais, indo desde o acompanhamento do idoso à mediação de conflitos familiares ou comunitários. O Programa Acompanhante de Idosos (PAI), realizado pela Secretaria de Saúde da Cidade de São Paulo e instituições parceiras, implementou uma importante política de apoio à população idosa na capital paulista. “Os serviços não conseguem acessar uma grande parcela da população idosa que mora sozinha ou vive em dependência funcional e condições de mobilidade reduzida. Por isso, o programa capacita acompanhantes para atenderem nos locais onde residem”, detalhou Sérgio Paschoal, da área técnica da saúde da pessoa idosa de São Paulo.

Outra iniciativa da mesma região foi o projeto Carta ao Amigo, que surgiu no âmbito do programa anterior. Um grupo de idosos foi convidado a trocar correspondências com outros beneficiários, ao longo de um ano, com o apoio dos profissionais acompanhantes. “Isso visa a promoção da saúde e do envelhecimento ativo, além de fortalecer a memória, a leitura e a escrita, numa perspectiva funcional”, explicou Evelyn Miranda, organizadora do projeto. Ao final, os correspondentes se encontraram pessoalmente. “ O papel dos acompanhantes foi fundamental em todas as etapas do projeto. Idosos que estavam isolados ganharam a expectativa do novo”, completou.

Do Rio Grande do Sul, Priscila Lunardelli apresentou um projeto voltado ao enfrentamento do HIV e Aids entre a população idosa. “Muitas vezes é considerado tabu, porque a sexualidade do idoso é invisibilizada na nossa sociedade”, afirmou. O projeto capacitou profissionais e agentes de saúde e idosos em 17 municípios para alertar e promover a prevenção do sexo seguro. “Muitos resistem à ideia de que a população idosa também vive sua sexualidade”, complementou.

Já o Programa de Atenção Domiciliar ao Idoso, do Rio de Janeiro, propõe metodologia participativa centrada nos conflitos, que podem ocorrer no seio da família ou da comunidade onde vive o idoso, indo desde a questões como herança, a divisão de tarefas no cuidado, entre outras. “Profissionais conheceram a metodologia de mediação de conflitos, com o objetivo de qualificar a atenção à saúde”, contou Germana Perissé, gerente de atenção à saúde do idoso no município.

Para conhecer o site: http://saudedapessoaidosa.fiocruz.br/

Fonte – Agência Fiocruz de Notícias por Cristiane d’Avila e André Bezerra

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