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Conhecer os investimentos do mercado para planejar o futuro

Como investir em cenários instáveis, de crise, e proteger os planos para o futuro de problemas com dinheiro? Durante palestra promovida pela Portal Curso da Vida e ONG Atoar, o assessor de investimentos Yann Mutz, sócio da RJ Investimentos, recomendou a busca por alternativas que possam oferecer melhores rendimentos do que as aplicações tradicionais em caderneta de poupança. No período de janeiro a agosto deste ano, por exemplo, ele destacou que a poupança registrou um retorno – na verdade uma perda de -1,69%, se descontada a variação do IPCA, índice que mede a inflação.

Mutz lembra que, nos anos 1990, os juros também eram mais altos. Entre 1992, quando os juros reais batiam 35,3% ao ano, e 1995, essa taxa permitiu dobrar os investimentos feitos no período. Atualmente, com juros reais de 4,8%, seriam necessários 20 anos para que um real virasse dois. Apesar do movimento recente de subida dos juros, por conta dos ajustes fiscais do governo, eles ainda são bem mais baixos do que naquela época. Por isso, é possível buscar diferentes opções para aplicar as economias.

Para escolher as aplicações mais interessantes, o assessor de investimentos recomenda que se compare com bastante atenção tanto a rentabilidade dos produtos financeiros quanto os custos que eles podem esconder – ou seja, taxas de administração eventualmente mais altas e as chamadas taxas de carregamento, para o caso da previdência, exigidas para que banco faça o aporte inicial dos recursos. Ainda falando em previdência, ele também lembra que, a exemplo do que ocorre com os telefones celulares, as instituições financeiras trabalham com portabilidade.

No entanto, caso você queira transferir sua aplicações para uma banco que cobre taxas menores ou que ofereça outro investimento mais rentável, é necessário que você peça o resgate do investimento e faça a transferência dos recursos para a outra instituição.

Para conseguir rentabilidade competitiva mesmo operando com os fundos administrados pelos bancos, essas empresas independentes têm a seu favor a escala dos investimentos: porque dispõem de maiores recursos para aplicar, podem conseguir rentabilidade melhor e repassar parte desse ganho para o cliente.

Entre as principais opções disponíveis, ele cita os Fundos de Renda Fixa, Fundos de Investimento, Títulos de Renda Fixa, Títulos Públicos, previdências privadas, ações, seguros, mercado futuro e imóveis (inclusive por meio de fundo imobiliário, em que o investidor é remunerado pelo aluguel).

A referência para a remuneração das aplicações de renda fixa, explica Mutz, é o CDI (certificado de depósito interfinanceiro), valor dos juros negociados nos empréstimos feitos entre os bancos e em geral muito próximo da taxa Selic (a taxa de juros do Banco Central). De abril de 2014 a abril de 2015, o CDI acumulado já era de 11,56%, ou de 200%, em dez anos. Ou seja, na comparação entre o ganho obtido na poupança e em uma aplicação como o LCI (referenciada no CDI), oferecida por um banco de médio porte, o assessor de investimento diz que o LCI registrou uma rentabilidade de 97% do CDI, ou um ganho líquido (descontada a inflação) de 4,33%, para uma variação negativa de -1,65% na poupança. Nestes casos, os bancos menores podem proporcionar condições melhores e, em aplicações de até R$ 250 mil, contam com um fundo garantidor do crédito, entidade que assegura os recursos do investidor em caso de quebra ou problemas financeiros no banco. Ou seja, protegendo o investidor do risco.

Esta é apenas uma das opções citadas pelo especialista, que também destacou os títulos do Tesouro Nacional, que têm uma fórmula complexa de cálculo das remunerações, determinada em última instância pelo governo federal, e as debêntures incentivadas – emitidas por empresas em bolsa de valores para financiar investimentos em infraestrutura, em imóveis ou em projetos do agronegócio, e que contam com isenção de Imposto de Renda. Esses papéis, além de oferecerem mais do que a inflação, também podem ser negociados em mercados secundários. Mas exigem análise de risco dos projetos e das empresas.

Mutz apresentou dados de pesquisa da Charles Schwab, na qual 83% dos consultados reconheceram que aceitam a primeira sugestão de produto feita pelo vendedor. “O importante”, diz Mutz, “é conhecer os melhores investimentos, compará-los e descobrir o seu próprio perfil de investidor.” Para isso, ele sugere buscar cursos de educação financeira, que apresentam os principais conceitos do mercado e dão dicas estratégicas para planejar o futuro.

Para maiores informações – www.rjinvestimentos.com.br

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