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Português – uma língua com regras que confundem (parte 2)

Como qualquer outra disciplina, o português pode ser fácil para uns e difícil para outros. Além disso, a língua é viva, se altera com o passar dos anos, recebe influências do meio e, claro, conta com um amplo conjunto de regras que inegavelmente podem confundir.

A dica é ler jornais, livros de bons autores e não ter vergonha de procurar o significado de uma palavra que não conhece, recomenda o professor Caco Penna, do CPV Educacional.

Para evitar essas derrapadas, os professores Simone Motta, coordenadora de Português do Grupo Etapa, Eduardo Calbucci, supervisor de Português do Anglo, e o próprio Caco listaram as 50 dúvidas gramaticais que mais costumam gerar erros.

Vamos publicar durante 4 semanas os erros de português que você não pode mais cometer para não “queimar seu filme” em provas, e-mails, redes sociais e vida profissional.

Publicação de 16/9/16

1. Vêm/Têm

Os verbos “ter” e “vir” devem ser acentuados quando estiverem na 3ª pessoa do plural: “Eles sempre vêm de táxi, porque eles não têm carro”.

2.Em vez de/Ao invés de

Para indicar apenas uma coisa no lugar de outra, usa-se “em vez de”. Para mostrar opostos, vá de “ao invés de”, como no exemplo: “Ao invés de ser o primeiro, ele foi o último”.

3.Onde/Aonde

“Onde” é o lugar em que alguém ou alguma coisa está. “Aonde” está relacionado a movimento. Por isso, quem vai, vai “a” algum lugar: “vai aonde”.

4.Demais/De mais

Na maior parte dos casos, emprega-se o advérbio “demais”, que significa excessivamente, muito. Já a locução “de mais” é comparável à expressão “a mais”, como em “nem sal de mais, nem de menos”. “De mais” também é associada a estranheza: “Não vejo nada de mais naquilo”.

5.Em princípio/A princípio

“Em princípio” assemelha-se a “em tese”. “A princípio” é como “no início”.

6.Uso do hífen

O prefixo terminado por vogal é separado por hífen se a palavra seguinte começar com a mesma vogal ou H. Caso contrário, sem hífen. Exemplos: autoescola, micro-ondas, semianalfabeto, autoestima.

7.Tachar/Taxar

“Tachar” significa “denominar, chamar de, considerar”. Já “taxar” é impor uma taxa ou imposto. Portanto, contextos diferentes.

8.Através de/Por meio de

Expressões com significados distintos. “Através de” expressa a ideia de atravessar, indica um movimento físico. “Por meio de” é semelhante a “por intermédio de” e se relaciona a “instrumento para a realização de algo”. Portanto, ao começar um e-mail, por exemplo, o correto é “Venho por meio deste”, e não “Venho através deste”.

9.Vírgula entre sentenças

Quando as duas frases possuírem sujeitos diferentes, usa-se a vírgula antes da conjunção “e”.

Errado: A mãe demorou para chegar e o filho ficou desesperado.

Certo: A mãe demorou para chegar, e o filho ficou desesperado.

10.Eu/Mim

O pronome reto “eu” é utilizado apenas na posição de sujeito do verbo. Nas demais situações, usa-se o pronome oblíquo “mim”.

Errado: Não há mais nada entre eu e você.

Certo: Não há mais nada entre mim e você.

11.Haver/Fazer

Ambos os verbos, quando indicam passagem de tempo, não ganham plural: “Não conversávamos havia três anos” e ” Faz três anos que não nos vemos”.

12.Haver/Existir

No sentido de “existir”, o verbo “haver” não vai para o plural. O verbo “existir” pluraliza normalmente: “Na reunião, existiam cerca de 60 pessoas”.

Errado: Na reunião, haviam cerca de 60 pessoas.

Certo: Na reunião, havia cerca de 60 pessoas.

Publicação de 8/09/16

13. Por que/Porque
Para começar, uma confusão que acompanha gerações:
Usa-se “por que” para perguntas, mesmo que implícitas. Exemplos: “Por que ela ainda não chegou?” e “Ele não sabe por que está aqui”.
Usa-se “porque” para respostas. Se consegue substituir por “pois”, essa é a forma correta: “Não foi trabalhar porque estava doente”.

14. Por quê/Porquê
No final de uma frase, seguido de pontuação (exclamação, interrogação, reticências), o correto é “por quê”, como em: “Estou chateado. Sabe por quê?”.
Já o “porquê” tem exatamente o mesmo sentido de motivo ou razão, por exemplo: “Não sabia o porquê de tanta pressa”.

 15. De segunda a sexta (certo)/De segunda à sexta (errado)
Outro elemento de confusão frequente, a crase pode ser explicada como a junção de duas letras em uma só: a preposição “a” e o artigo feminino “a”. Então, se você tenta ler uma sentença com “a a” e não faz sentido, provavelmente não há crase. Logo, o correto é “de segunda a sexta”.

16. A prazo (certo)/À prazo (errado)
Como no caso anterior, a leitura com “a” duplicado não faz sentido. Além disso, não se aplica a crase antes de substantivos masculinos, como é o caso de “prazo”.

17. A você (certo)/À você (errado)
Não há crase antes de pronomes pessoais (eu, você, ele, ela, nós, vocês, eles, elas).

18. Das 9h às 18h (certo)/Das 9h as 18h (errado)
No caso de horas expressas, há crase quando a preposição “de” aparece combinada com artigo (de + as), mesmo que implícito como em “horário da prova: 8h às 11h”. Sendo assim, o correto é “das 9h às 18h”.

19. Mas/Mais
“Mas” é conjunção adversativa e tem o mesmo valor de “porém”, “contudo” ou “entretanto”.
“Mais” é advérbio de intensidade ou conjunção aditiva, indicando adição ou acréscimo. É também o oposto de “menos”.

20. Mal/Mau
“Mal” é substantivo quando precedido de artigo, como em “o mal do mundo”, e advérbio quando acompanha verbo ou adjetivo. Resumidamente, é o contrário de “bem”.
“Mau” é adjetivo quando vem antes de substantivos, com os quais concorda. É o oposto de “bom”.

219. Haver/A ver
“A confusão entre as expressões se dá porque a pronúncia é a mesma”, explica o professor Eduardo Calbucci. “Haver” é verbo e significa “existir”. “Ter a ver” é “ter ligação”.

22. Traz/Trás/Atrás
Segundo a professora Simone Motta, é bem comum se deparar com trocas de letra entre as palavras – erroneamente ‘tras’ e ‘atráz’ – por conta da sonoridade semelhante entre elas. Apesar disso, é fácil diferenciar: “traz” vem do verbo “trazer” (com Z, portanto); “trás” e “atrás” são advérbios e indicam posição (“ficará para trás”, “atrás da porta”).

23. Haja/Aja
Novamente a semelhança sonora induzindo ao erro. Para esclarecer: “haja” é conjugação do verbo “haver”, de existir. “Aja” vem do verbo “agir”: “Aja com cuidado”.

24. Interveio (certo)/Interviu (errado)
Esse é um verbo que se conjuga como “vir”, de que é derivado, sendo “interveio” a forma correta: “A polícia interveio na briga”.

Fonte – Globo.com e Fotos – Fotofolia

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